O que está para lá das flores, para lá das montanhas e das águas desse enorme jardim?
Quantos são os que o habitam?

As cores da mata, os diferentes traços e formas que compõem um ambiente instigante, misterioso. O que vai além do óbvio, do superficial, atravessando as fronteiras da compreensão que supostamente criamos sobre a natureza.
 
Este projeto trata-se de uma exposição em desenhos e pinturas sobre a Revolução da Mata ou, na língua indígena, Mac Hê Ka’a. Tendo a natureza como sua maior inspiração, a artista explicita o universo indígena e toda sua relação com a floresta, os componentes da mata e a manifestação da espiritualidade. 

A proposta é sensibilizar o público para os nativos do Brasil, suas origens e todo o seu envolvimento com a natureza, proporcionando um maior respeito e admiração por este povo que está sendo esquecido. Transcendendo a racionalização e deixando-se levar pelas sensações proporcionadas pelas obras, a fim de criar para o espectador um momento transcultural.
  
A Revolução da Mata também vem nos lembrar dos poderes que a natureza nos fornece, de cura, paz, criatividade, sustento, amplitude, conexões, abundância. Lembrar que a natureza está ao nosso redor, pra além do visível, do palpável. Ela está ali, no que julgamos nulo, inexistente, no invisível, onde só se entra pelo sentir da natureza e das manifestações da floresta. 

Trazer à consciência esse invisível que nos conecta com a mata e que nos recorda de que, na verdade, nós somos a mata. Esse corpo receptivo que nos envolve e que nos mantém vivos é a nossa própria extensão. E essa consciência do invisível é a Revolução silenciosa que acontece a todo tempo.

Além da exposição, é possível criar uma instalação interartes, que envolve a criação de uma ambientação com elementos naturais como bambu e folhagens, e de uma cena, que conta uma narrativa sobre os quadros e símbolos representados nas obras, com músicas e textos.